Monólogos

Monólogos para Testes Femininos de Interpretação
A candidata deve escolher apenas um dos três monólogos abaixo e memorizar para apresentação no teste. Qualquer tipo de caracterização fica à critério da candidata.

O LEQUE DE LEIDE WINDERMERE
Oscar Wilde
Leide Windermere: Arthur, Arthur, não fale de modo tão amargo sobre mulher alguma. Não acho agora que as pessoas possam ser divididas em boas e más como se fossem duas raças diferentes. Aquelas que chamamos de boas mulheres podem ter coisas terríveis dentro de si, modos imprudentes, afirmação, ciúmes, pecado. As mulheres más, como são chamadas, podem ter em si tristeza, arrependimento, compaixão, sacrifício. E não acho que Mrs. Erlynne seja uma mulher má... sei que não é.

HAMLET-MÁQUINA
Heiner Muller
Ofélia: Eu sou Ofélia. Aquela que o rio não conservou. A mulher com as veias cortadas. Ontem deixei de me matar. Estou só com meus seios, minhas coxas, meu ventre. Rebento os instrumentos do meu cativeiro – a cadeira, a mesa, a cama. Destruo o campo de batalha que foi o meu lar. Escancaro as portas para que o vento possa entrar. Despedaço a janela. Com as mãos sangrando rasgo as fotografias dos homens que amei e que se serviram de mim na cama, na mesa, na cadeira, no chão. Toco fogo na minha prisão. Atiro minhas roupas no fogo. Exumo do meu peito o relógio que era o meu coração. Vou para a rua, vestida em meu sangue.

NAVALHA NA CARNE
Plínio Marcos
Neusa Sueli: Abre o jogo de uma vez. O que é que eu te fiz? Já foram fazer alguma fofoca de mim pra você, é? Eu sei quem foi! Você fica entrando no papo daquela vadia lá do 102. Só pode ser ela quem te encheu a cabeça. Pensa que eu não sei? Ela dá em cima de tudo que é homem das outras. A perebenta não pode ver ninguém bem. Mas ela vai ver. Comigo não vai ter bafo. Corto a cara dela com gilete.

Monólogos para Testes Masculinos de Interpretação
O candidato deve escolher apenas um dos três monólogos abaixo e memorizar para apresentação no teste. Qualquer tipo de caracterização fica à critério do candidato.

FALA COMIGO DOCE COMO A CHUVA
Tennesse Williams
Homem: Quando eu acordei, eu estava numa banheira cheia de cubos de gelo derretendo e cerveja. Minha pele estava azul. Eu estava respirando com dificuldade numa banheira cheia de cubos de gelo. Era perto de um rio, mas não sei qual era... As pessoas fazem coisas horríveis quando alguém está inconsciente nesta cidade. Eu estou todo dolorido, como se tivessem me dado pontapés escada abaixo, não como se eu tivesse caído, mas como se tivesse sido chutado. Eu me lembro de uma vez que rasparam todo o meu cabelo. Outra vez me enfiaram numa lata de lixo, em um beco e eu acordei com cortes e queimaduras no meu corpo. Gente má abusa de você quando você está inconsciente. Quando eu acordei estava despido numa banheira cheia de cubos de gelo que derretiam.

QUEM CASA QUER CASA
Martins Pena
Eduardo: Bruxa! Vampiro! Sanguesuga da minha paciência! Oram quem diabo havia dizer-me que esta velha se tornaria assim? Antes de pilhar-me para marido da filha, eram tudo mimos e carinhos. (arremedando) Sr. Eduardinho, o senhor é muito bom moço... Há se ser um excelente marido... Feliz daquela que for sua pret3ndente... ditosa mãe quer o tiver por genro... (voltando a seu tom normal de fala) Agora escouceia-me e descompõe... Ah, mães, mães, espertalhonas! Que lamúrias para empurrarem as filhas! Estas mães são mesmo umas ratoeiras!

O ABAJUR LILÁS
Plínio Marcos
Giro: Que merda! Que merda! Que merda! Por isso é que esse mocó não rende a metade do que devia render. Só de conta de luz, pago uma grana sentida. Acho que as duas só trepam de luz acesa. (pausa) E de água, nem se fala. Essa mania de se lavar toda hora dá no meu bolso. Mas nada disso tinha importância, se as duas se virassem bem. Mas que nada! Uma é mais folgada que a outra. Não sei o que as duas pensam. Eu dei duro pra conseguir isso aqui. Agora ele tem que render.